Minoica, Micenica e Etrusca
1.civilizaçao minoica
enquadramento
Creta é a maior ilha da Grécia. É uma ilha longa e estreita, que se estende pela entrada sul do mar Egeu. O facto da Ilha de Creta estar localizada entre o Egipto, a Ásia e a Grécia continental, foi o grande impulsionador do comércio e da economia. Creta era a ponte entre as diversas civilizações da época, ajudando a disseminar o conhecimento entre povos de culturas tão variadas quanto os que viviam no antigo oriente e os ocidentais.
Tem sido habitada desde o período Neolítico, e é a ilha onde nasceu uma das mais poderosas civilizações: A civilização Minóica.
A civilização minóica foi uma civilização que se desenvolveu na ilha de Creta, a maior ilha do mar Egeu, entre 3.000 e 1.100 a.C., Teve como principal centro a cidade de Knossos. O apogeu da civilização se deu entre 1700 a.C. a 1400 a.C.
Essa civilização foi completamente esquecida até que Arthur Evans, um dos mais famosos arqueólogos da História, acreditou na sua existência e se dedicou a buscá-la. Ele usou as pistas dadas pelos mitos e lendas a respeito do fabuloso rei Minos (do labirinto do Minotauro) para encontrar a história real.
Em 1900, Arthur Evans desenterrou a construção que chamou de Palácio de Minos, hoje chamado Palácio de Knossos, e daí começou a reconstruir essa cultura tão interessante.
Na realidade o que temos para estudar são poucas peças de um enorme quebra-cabeças, portanto são conclusões sobre o que já foi encontrado e como se presume que a história aconteceu. A civilização minóica é chamada de Talassocracia, ou seja, possuía o domínio político do mar. É uma civilização muito anterior à grega, considerada actualmente, a primeira grande civilização urbana da Europa.
De fato, é dito historicamente, que o fabuloso rei Minos (rei de Knossos), seja isso lenda ou realidade conquistou as Cíclades e o mar circundante.
Não se sabe como se designavam, o nome Minóico foi dado por Arthur Evans em honra do mítico rei Minos. O terreno montanhoso e acidentado dava lugar a profundos vales férteis, onde era praticada a agricultura. A pesca também era um importante elemento na obtenção de alimentos.
Declínio
Entre 1450 e 1400 a.C. houve nova destruição dos palácios. Ainda não se sabe ao certo o motivo. Alguns estudiosos acreditam que o estrago possa ter sido causado pela erupção na ilha de Thera ou até mesmo pelos grandes tremores e maremotos que se seguiram à erupção. Outros acreditam que tudo isso coincidiu com a chegada dos micênicos, que teriam invadido Creta.
Seja como for, incapazes de estabelecer comércio com outras culturas e defender-se de invasões estrangeiras, a sociedade aparentemente entrou em colapso.
A cultura Minóica foi muito significativa no Mar Egeu e gerou um legado que se associou com a cultura dos povos gregos gerando a Civilização Micênica.
Periodização
O primeiro calendário minóico, criado por Evans e modificado depois por outros arqueólogos , é baseado nos estilos de cerâmica. Ele divide o calendário minóico em três eras:
ü Minóico Tardio 2800/2100 a.C.
ü Minóico Médio-2100/1580 a.C.
ü Minóico Recente-1580/1100 a.C.
Outro sistema, proposto pelo arqueólogo grego Nicolas Platon, é baseado no desenvolvimento de estruturas arquitectónicas complexas conhecidas como “palácios” de Knossos, Festos, Malia, e Kato Zakros. ele divide o calendário minóico em:
ü Pré-Palaciano – 3000 a.C -2000 a.C;
ü Protopalaciano- ;
ü Neo-Palaciano - 1700 a.C-1400 a.C;
ü Pós-Palaciano.
arte minoica
A arte minoica ou arte da antiga Creta desenvolveu-se entre cerca de 3.000 e 1.100 a.C.
A civilização minoica teve sua vida administrativa, política, religiosa e cultural irradiada pelos palácios. Dois deles, Cnossos e Festus, são exemplos marcantes dessa organização. Os palácios tinham projetos complexos; cada um dispunha de um amplo pátio interno central, várias escadarias, pequenos jardins e recintos reservados para cultos religiosos. Magníficos afrescos adornavam as paredes.
Trabalhos em metal, entalhe em pedras preciosas, selos de pedras e joalheria atingiram altos padrões artísticos. A cerâmica, algumas vezes apenas um pouco mais espessa do que a casca de um ovo, era adornada com desenhos florais que, embora convencionais, revelavam grande efeito em fundo colorido ou preto.
A maior coleção de arte minoica está no museu da cidade de Heraklion, perto de Cnossos no litoral norte de Creta.
Em grande parte, a arte minoica, que pode ser dividida em três fases distintas, de acordo com a evolução de sua cerâmica, é representada por entalhes e por cerâmica pintada. Só em 1500 a.C. se encontram as primeiras pinturas, de que restam apenas fragmentos. A representação minoica, especialmente aquela encontrada nos murais do Palácio de Cnossos, é mais natural e elástica que a egípcia. Era uma civilização marítima e suas pinturas mostravam conhecimento do mar e de animais marinhos.
Arquitectura minoica
A civilização minóica teve sua vida administrativa, política, religiosa e cultural irradiada pelos palácios
.
Os palácios
A civilização minóica é chamada também de Civilização de Palácio. Através dos estudos se pode deduzir que o palácio era o centro do poder real, era o local de onde se administrava e distribuía as riquezas. Os primeiros palácios, de Knossos, Festos e Malia, foram destruídos por um grande terramoto, por volta de 1 700 a.C.
características dos palacios
Os palácios tinham projectos complexos, cada um dispunha de um amplo pátio interno central, várias escadarias, pequenos jardins e recintos reservados para cultos religiosos, alas designadas ao rei e sua família e outros compartimentos que deveriam ser usados como armazéns e oficinas e não tinham muralhas. Magníficos afrescos adornavam as paredes, dos quais se fizeram réplicas dos afrescos de Knossos e levaram os originais para o museu.
Os palácios típicos possuíam vários pisos e isso pode ser atestado pelas ruínas de grandes escadarias. A arquitectura tomou grandes proporções, os ambientes recebiam a claridade graças ao uso de colunas e pilastras, todas decoradas com afrescos maravilhosos.
O palácio centralizava a vida económica, porque era lá onde se davam as trocas, onde se recebiam os clientes e as encomendas, onde se produzia o vinho e se armazenava o excedente dos produtos. O palácio era um edifício multifuncional.
Materiais
As paredes externas eram construídas com tijolos, pedra, vigas de madeira, barro e pela primeira vez no Egeu, pedras talhadas. As paredes interiores passaram a ser rebocadas e pintadas e decoradas com frescos com desenhos geométricos coloridos e cenas naturais.
A complexa construção do palácio deixa antever um povo que vivia numa sociedade de alto nível.
A cerâmica
A cerâmica, algumas vezes apenas um pouco mais espessa do que a casca de um ovo, era adornada com desenhos florais que, embora convencionais, revelavam grande efeito em fundo colorido ou preto. Pouca escultura (pequenas figuras em argila e terracota, vasilhas).
Trabalhos em metal, entalhe em pedras preciosas, selos de pedras e joalharia atingiram altos padrões artísticos. A maior colecção de arte minóica está no museu da cidade de Heraklion, perto de Knossos no litoral norte de Creta.
pintura
Era uma civilização marítima e suas pinturas mostravam conhecimento do mar e de animais marinhos. Temáticas do quotidiano, mundo animal (marítimo), Pintura mural decorativa de harmonia e movimento, cores vivas. A pintura mural minóica deve sua origem à influência da pintura egípcia antiga, mas revela uma concepção de beleza diferente: em lugar da estabilidade, encontra-se uma paixão pelo ritmo, pelas ondas e pela flutuação; é mais natural e elástica. ela celebrizou-se pelas pinturas murais naturalistas dos palácios,
Eles pintavam, com detalhes, animais como touros e cenas corriqueiras, como a presença de inúmeros convidados em festas, casamentos e grandes cerimónias religiosas. A maioria é do final do período entre 1600 a.C. E 1480 a.C. Se considera que a função da pintura minóica seria fundamentalmente religiosa. O touro, que era repetidamente representado em suas manifestações artísticas, era considerado sinónimo de fertilidade.
Restam apenas pequenos fragmentos desses afrescos e raras composições estão ainda intactas.
o metal
Os minóicos desenvolveram fornos e instrumentos para trabalhar o metal, produziram armas em bronze como adagas com lâminas em forma de folha de louro.
Em resumo, a arte minóica foi expressa a princípio, pelos relevos, joalharia e cerâmica. Não foram encontradas grandes estátuas e esculturas. O que mais chama atenção é a qualidade e a técnica usada nos trabalhos de cerâmica.
cidades minoicas
Os dois principais núcleos urbanos eram Knossos, ao norte, e Festos, ao sul. Tinham construções complexas e extensas. Devido ao grande incremento populacional, as aldeias aumentaram de tamanho e número, passando as casas a serem mais bem construídas e confortáveis, muitas delas com mais do que um piso.
Acredita-se que a civilização minóica era constituída por cidades-estado, subordinadas em certo nível a uma cidade mais importante e seu rei. Assume-se que Knossos era esta cidade. O palácio de Knossos é o maior já encontrado na ilha, embora grandes palácios também ocorram em Festos e Malia. Associados ao palácio, estavam casas, lojas, banhos, oficinas e armazéns. As cidades minóicas estavam conectadas através de caminhos pavimentados de pedra.
A civilização micenica
enquadramento
O Período micênico é uma subdivisão regional e temporal da Idade do Bronze do Egeu, também conhecida por Período Heládico Recente ou Final.
No segundo milénio a.C., Micenas constituiu um dos maiores centros da civilização grega e potência militar que dominou grande parte do sul da Grécia. A cultura micênica desenvolveu-se no continente grego entre 1600 a.C. e 1050 a.C. aproximadamente, seu povo eram os micênicos ou aqueus pertencentes à raça indo-europeia. Micenas em grego moderno, é um local arqueológico na Grécia, localizado cerca de 90 km a sudoeste de Atenas, no nordeste do Peloponeso.
É chamado Micênico em reconhecimento à posição de liderança de Micênas. No segundo milénio a.C., Micenas foi um dos maiores centros da civilização grega e uma potência militar que dominou a maior parte do sul da Grécia. Os cultos funerários micênicos revelam influências egípcias. O sepultamento dos mortos com objectos como armas e jóias sugere-nos uma crença na sobrevivência da alma e preludiam, talvez, o culto dos heróis na Grécia Clássica.
periodização
Heládico Antigo: 2500 - 1900 a.C.
Heládico Médio: 1900-1600 a.C.
Heládico Recente: 1600-1100 a.C. – civilização micenica
os tholoi
Os tholoi - criptas funerárias das famílias mais poderosas, foram as primeiras construções micénicas: o mais antigo fica na Messênia e data de 1550 a.C., mais ou menos. Eram enormes câmaras circulares, com abóbada, escavadas na vertente de pequenas elevações, às quais se chegava através de um corredor externo ou dromos e um portal de alvenaria megalítica. O dromos e o tholos eram revestidos internamente com pedras de tamanho normal e a câmara circular era adicionalmente recoberta com um monte artificial de terra. Exemplo clássico de tholos é a tumba encontrada em Micenas e conhecida como Tesouro de Atreu.
O Tesouro de Atreu (à cima), construído no século XIII a.C., é constituído por uma falsa cúpula de 14,6 m de diâmetro e 13,5 m de altura, à qual se tem acesso por um corredor em falsa abóbada, com 10,5 m de altura.
Os palácios começaram a ser construídos após 1450/1400 a. C. e os mais bem conservados são os de Micenas (Argólida), Englianos (Messênia) e Glá (Beócia). A planta dos palácios micênicos era mais organizada que a dos palácios cretenses. Havia em geral uma sala principal ou mégaron (gr. μέγαρον), habitualmente ampla e decorada com afrescos de cores vivas, onde ficava o trono do "rei" micênico.
O megaron
A civilização micénica imitou muito de longe a arte cretense, mas a sua arquitectura apresentou traços próprios. Suas construções são longas e rectangulares. Internamente apresentavam as seguintes divisões; um vestíbulo precedido de um par de colunas, uma antecâmara e um grande salão - O Megaron - que era a sala principal do palácio.
urbanismo
As fortificações – uma arquitectura militar
Acredita-se que a acrópole de Micenas tenha sido fortificada cerca de 1500 a.C., devido à presença de túmulos verticais datando deste período. Aproximadamente em 1350 a.C. as fortificações na acrópole e em outras colinas circundantes foram reconstruídas em um estilo conhecido como "ciclópico", porque os blocos de pedra usados eram tão massivos que pessoas em eras posteriores julgaram ser trabalho de gigantes de um olho só conhecidos como Ciclopes. Dentro destes muros, parte dos quais ainda podem ser vistos, foram erguidos palácios monumentais.
Tumulo circular
Os micênicos optarão por locais de fácil defesa para localizar seus palácios, rodeados de vales férteis. A parte alta de suas cidades era denominada palácio do rei, o wanax. Este recinto se acedia por uma série de escadas e um sofisticado sistema de rampas que conduziam as entradas principais e secundarias que se ligavam com arquivos, armazéns e outros edifícios.
A arquitectura palacial micénica potencia a sua diferença quando se põe em comparação com a minóica, cujos palácios são abertos, multidirecionais com uma serie de sectores independentes. O palácio micénico é unidireccional, fechado e expressão arquitectónica de poderosa autoridade-centro de poder politico religioso e militar
As cidades micénicas possuíam uma distribuição urbanística hierarquizada, com um ordenamento perimetral em que todos edifícios se subordinam ao edifício central: O megaron
· Características das habitações micénicas
Ao redor dos palácios, no interior da cidadela, e também do lado de fora, junto às muralhas, havia várias casas de planta rectangular e diversos cómodos, um deles habitualmente com lareira. As paredes eram de tijolo seco ao sol, barro comprimido reforçado com cascalho, vigas de madeira, ou uma combinação disso. As fundações eram de pedra, ou de simples cascalho misturado com barro. O telhado era provavelmente plano, composto de uma estrutura de madeira recoberta de reboco ou terra.
As casas dispunham-se de forma desorganizada e a pequena distância umas das outras; algumas tinham os mesmos detalhes arquitectónicos encontrados nos palácios: Mégaron, colunas de madeira, mais de um nível, pátio interno... Pertenciam, provavelmente, aos cidadãos mais ricos e influentes da sociedade micênica, ou então tinham alguma função administrativa importante.
Os pobres viviam em cabanas de um ou dois cómodos situadas fora das muralhas. As paredes eram de tijolos secos ao sol ou de madeira, o chão era de terra batida e o telhado, plano, era em geral recoberto de Palha.
a pintura
Os micênicos decoravam as paredes de seus palácios com pinturas, mas usaram motivos muito diferentes dos artistas de Creta. Na pintura micênica aparecem guerreiros, cenas de caça e desfiles de carros, e não mais figuras leves e ágeis.
Afrescos -Enormes afrescos de cores vivas recobriam a parede do mégaron e de vários outros aposentos dos palácios. Os mais bem conservados são os de Tirinto (1400/1350 a.C), Tebas (1400/1350 a.C.) e Anos Englianos (1350/1200 a.C.). As pinturas, embora baseadas directamente nos admiráveis afrescos minóicos, eram artisticamente inferiores a eles. O mesmo aconteceria séculos mais tarde com as cópias romanas da arte grega.
As figuras minóicas são leves, espontâneas, delicadas e de grande vitalidade; as micénicas, porém, são formais e rígidas, sem espontaneidade ou movimento, e quase sempre apresentam as figuras humanas em poses estereotipadas. Observe-se o contraste entre as imagens mais antigas, de acentuada influência minóica, e as mais recentes, em que o estilo micênico se desenvolveu completamente.
A temática é também um pouco diferente. Os minóicos preferiam temas naturalistas, os micênicos apreciavam notadamente os temas de caça, procissões rituais e animais heráldicos. Veja-se, por exemplo, os leões e os grifos nas paredes do "palácio de Nestor". Em Anos Englianos.
escultura
São notáveis relevos tumulares em pedra, marfim e estatuetas de terracota. Na Escultura destacam-se dois leões colocados em cima da entrada principal da muralha feita por enormes blocos de pedra que cercava Micenas. A monumentalidade dessa entrada, chamada Porta dos Leões, sugere os valores principais daquela civilização: a força e a agressividade.
Relevos tumulares - Os mais antigos exemplos da escultura micênica são os relevos das pedras tumulares dos círculos A e B de Micenas, datadas aproximadamente de 1550/1450 a.C.
Escultura em grande escala - Os exemplos são escassos: as estátuas femininas de tamanho natural, em terracota, de um templo de Ceos, nas Cíclades (1500 /1400 a.C.); a "cabeça de esfinge" em estuque pintado, de uma casa da cidadela de Micenas (1300/1200 a.C.), e a "Porta dos Leões", na entrada oeste da mesma cidadela (1250 a.C.). O tema e a técnica empregada , denota nitidamente a influência minóica.
Os melhores exemplos da escultura em pequena escala são os refinados trabalhos de marfim e as famosas "bonecas micénicas".
As "bonecas micénicas" são notáveis estatuetas de terracota pintada, do tamanho de bonecas e encontradas em casas e tumbas de praticamente todos os estabelecimentos micênicos — desde a Síria, a leste, até o sul da península italiana, a oeste —, com excepção de Creta. Representam figuras femininas de pé, em diversas atitudes, e com grande estilização. Os tipos mais comuns, confeccionados entre 1400 a.C. -1100 a.C., são chamados de "fi" e "psi" devido à semelhança com as letras gregas φ e ψ.
O tema e a técnica empregada, denota nitidamente a influência minóica
A ceramica
Manifesta influência cretense mais na forma do que na decoração, mas as pinturas revelam uma intenção de carácter narrativo e não só ornamental. Os temas marinhos, floral, padrão e palaciano persistem.
O desenvolvimento da cerâmica micênica pode ser distribuído em três grandes fases:
1 ª Entre 1550 e 1400 a.C., é o período de máxima influência da cultura minóica: inspirada por estilos cretenses contemporâneos (floral, padrão, marinho e palaciano).
2ª De 1400 a 1200 a.C., corresponde ao apogeu do poderio micênico: Os estilos preponderantes eram o pictórico (mostra carruagens, animais, figuras míticas e outros motivos derivados dos afrescos, todos desenhados de forma esquemática) e o padrão (versões simplificadas de flores, espirais e animais típicos dos estilos precedentes)
3ª De 1200 a 1100 a.C., ao declínio. Simplificação progressiva dos desenhos e progressivo empobrecimento na qualidade artística da decoração. Dentre a grande variedade de estilos, os mais notáveis foram o fechado, o do celeiro, o de franjas e o pictórico.
Obras micenicas diversas
Além da Arquitectura, Pintura, Cerâmica e Escultura micénicas, são notáveis os vasos de metal e pedra, as armas ornamentais, as jóias e os selos. Quanto mais antiga a obra, mais evidente a influência minóica. Os vasos de ouro e prata tinham formas diversas e derivavam directamente de modelos minóicos anteriores. Muitos eram simples e lisos; outros, ricamente decorados com incrustações de diversos tipos; outros, ainda, moldados com padrões florais e cenas diversas.
Uma obra que marcou este período foi uma máscara funerária que popularmente ficou conhecida como sendo do rei Agamenon, o qual nas lendas homéricas, liderou os gregos na guerra de Tróia. Mas na verdade trata-se da face de um anónimo wanax ("chefe, dirigente, soberano") micênico
declinio
A civilização micênica entrou em colapso Por volta de 1.100 a.C. Várias cidades foram saqueadas e a região entrou no que os historiadores denominam Idade das Trevas. Durante esse período a Grécia viveu um declínio tanto populacional como literário. Os próprios gregos costumavam atribuir a causa desse declínio à invasão duma nova vaga de gregos, os Dórios.
Civilização etrusca
Os etruscos eram um povo que habitava a antiga Etrúria, região a oeste dos Montes Apeninos e do rio Tibre. Este povo dominou a região central da Itália durante os séculos VI e VII a.C. Era formado por doze cidades independentes, sendo as mais importantes Volterra, Cortona, Fiesole e Chiusi. Em 283 a.C., os etruscos foram dominados e submetidos ao controle dos romanos, perdendo várias características culturais.
Mapa da localização etrusca
Por volta de 850 a.C. os etruscos já estavam estabelecidos na região da Etrúria, entre os rios Arno e Tibre, a oeste e sul da cadeia dos Apeninos. Nos três séculos posteriores difundiram seus domínios submetendo os povos locais, ocupando vastas áreas da planície do rio e fundaram cidades que existem até hoje. Tomaram Roma - então uma aglomerado de aldeias - e transformaram-na em uma cidade cercada de muros.
A Etrúria era composta por uma dúzia de cidades-estado (Volterra, Fiesole, Arezzo, Cortona, Perugia, Chiusi, Todi, Orvieto, Veio, Tarquinia, etc.), cidades altamente civilizadas que tiveram grande influência sobre os Romanos. Os últimos três reis de Roma, antes da criação da república em 509 a.C., eram etruscos. Verificaram-se prolongadas lutas entre a Etrúria e Roma, terminando com a vitória desta última nos anos 200 a.C..
As origens dos etruscos nunca estiveram claras. Se bem que existem várias teorias para explicá-los. Politicamente, Etrúria forma-se em federações de 12 cidades unidas por laços estritamente religiosos, o que é chamado Dodecápoles, mas esta aliança não é política, nem militar e cada cidade é em extremo individualista.
A estrutura política é, a princípio, a de uma monarquia absoluta, onde o rei (lucumo) distribui justiça, age como sumo-sacerdote e comandante em chefe do exército.
A descoberta
Muitas informações sobre a civilização etrusca foram obtidas por historiadores e arqueólogos que descobriram diversos túmulos ao norte de Roma. A partir da análise dos artefactos e túmulos, chegou-se a várias revelações importantes:
- Os etruscos possuíam uma sociedade aristocrática; - As mulheres etruscas desfrutavam de uma vida emancipada; - Faziam objectos (vasos, esculturas e enfeites) em terracota com grande habilidade;
- Dominavam as técnicas de fazer objectos em bronze e metal; - Eram habilidosos na arte da ourivesaria (fabricação de jóias).
A sociedade
A arte etrusca refere-se à arte da antiga civilização da Etrúria localizada na Itália central (actual Toscana) e que teve o seu apogeu artístico entre o século VIII e II a.C.
As origens deste povo, e consequentemente do estilo, remontam aos povos que habitavam a região (ou a partir dela se deslocaram) da Ásia menor durante a Idade do bronze e Idade do ferro, mas também outras culturas influenciaram a sua arte (por proximidade ou contacto comercial), como a grega, fenícia, egípcia, assíria e a oriental. Mas o seu aparente carácter helenístico simples (visto o seu florescimento coincidir com o período arcaico grego) esconde um estilo único e inovador de características muito próprias que viria a influenciar profundamente a arte romana e pela qual estaria já totalmente absorvido no século I a.C..
A maior parte do espólio etrusco advém de escavações arqueológicas em necrópoles (Cerveteri, Tarquinia, Populonia, Orvieto, Vetulonia, Norchia) trazendo à luz acima de tudo peças e construções de carácter religioso relacionadas com o culto funerário.
De um modo geral pode-se afirmar que os artistas etruscos eram artesãos de grande habilidade. Executavam peças (estatuária, vasos, espelhos, caixas, etc.) de grande qualidade e mestria em terracota, barro, bronze e metal, desenvolviam também peças de joalharia (em ouro, prata e marfim) e uma cerâmica negra (designada Bucchero).
Economia
Os etruscos basearam sua economia em actividades ligadas à agricultura e ao comércio, principalmente, de jóias, artesanato e diversos produtos de metal.
Religião
A religião etrusca era politeísta, pois acreditavam na existência de vários deuses. Era forte a influência da mitologia grega, sendo que as três divindades etruscas mais importantes eram Uni, Tinia e Menrfa. Estes deuses eram cultuados em templos. Eram comuns também as adivinhações e profecias realizadas pelos sacerdotes etruscos. A escrita etrusca ainda é um grande enigma para os pesquisadores desta civilização, pois não foi decifrada.
arquitectura
Além de uma grande variedade de artes decorativas, os etruscos desenvolveram também a construção arquitectónica da qual muito pouco sobreviveu. Modelos à escala permitem ter uma ideia do templo religioso (com base de pedra, estrutura de madeira e revestimento em barro na arquitrave e beirais) que em grande parte se assemelharia ao grego simples, mas sem a sua elegância.
Construíram também palácios, edifícios públicos, aquedutos, pontes, esgotos, muralhas defensivas e desenvolveram projectos de urbanismo onde a cidade se articulava a partir de um centro resultado da intersecção das duas vias principais (cardus, sentido norte-sul e decumanus, sentido leste-oeste).
Também importante de referir é a utilização do arco de volta perfeita (semicírculo) a novas tipologias que não sejam as de carácter puramente utilitário, como já tinha acontecido anteriormente na Mesopotâmia, Egipto e naturalmente na Grécia, como em túmulos, ou outras estruturas subterrâneas.
Tiveram uma grande influência do mundo romano, especialmente no que se refere a forma de conceber as cidades, a disposição e forma dos templos, o uso do arco e a construção dos mausoléus.
Não utilizaram materiais nobres como o mármore, mas sim pedras de baixa qualidade, madeira, e ladrilho.
Na arquitectura, destaca-se a construções de templos, necrópoles e pontes. Para os templos utilizava-se a pedra, enquanto para as moradias utilizava-se o adobe, com estrutura de madeira e revestimento de barro cozido.
Conheciam o arco de meio ponto, a abóbada de canhão, e a cúpula, elementos que utilizaram –entre outras coisas– para a construção de pontes. Também construíram canais para drenar as zonas baixas, levantaram muralhas defensivas de pedra, mas, sobretudo, destacou a arquitectura funerária, em forma de impressionantes hipogeus.
Os etruscos acreditavam no além, daí as manifestações de grande importância nos lugares de sepulto.
Não existem edifícios etruscos propriamente ditos, mas sim, apenas alguns muros e algumas portas, como a de Perusa e de restos de tumbas.
Arquitectura funerária
Existe uma classificação da arquitectura funerária etrusca distinguindo três tipos de necrópoles: hipogeos, edículos e túmulos cobertos por uma falsa cúpula. As mais famosas São as de Tarquinia e Cerveteri.
Escavações efectuadas em tumbas subterrâneas revelaram urnas de barro (onde se colocavam os restos mortais) com elementos escultóricos representando elementos anatómicos do falecido (p. ex. tampa em forma de cabeça); bustos (que poderão ter estado na origem dos bustos romanos); esculturas e relevos em sarcófagos onde, numa fase posterior, figuras humanas em tamanho real surgem reclinadas sobre a tampa como se de um leito se tratasse.
Mas aqui, em oposição à escultura grega em pedra, a escultura etrusca toma forma em materiais mais brandos que possibilitam uma modulação mais elástica, fluida e arredondada incutindo nas figuras uma natural espontaneidade.
As câmaras funerárias, que retratam o interior de uma habitação, são de tecto em abóbada ou falsa cúpula e são revestidas de pinturas murais (frescos) retratando cenas mitológicas, do quotidiano e rituais funerários de demarcado carácter bidimensional, estilizado (formas delineadas a negro), mas de cores vivas e atmosfera jovial.
Numa fase posterior, esta atitude de festividade perante a morte sofre alterações, possivelmente pela influência da arte grega do período clássico, e as figuras (onde passam a integrar também os demónios da morte) ganham uma nova atitude pensativa e de incerteza perante o final da vida.
Urbanismo
A cidade etrusca era quadrangular, estava dividida em quadrículas e rodeada por uma muralha que tinha portas principais de entrada em que se usavam os arcos de médio ponto. Possivelmente esta estrutura de cidade etrusca se herdado dos planos de acampamentos militares.
As casas eram muito simples, As estruturas de madeira das casas mais ricas da antiguidade se protegiam da humidade através do uso de placas de terracota pintadas com cores vivas.
Manifestações artísticas
Os etruscos não usaram a pedra, mas sim materiais mais brandos que possibilitaram uma modelação mais elástica, fluida e arredondada, dando às figuras uma natural espontaneidade e naturalismo.
escultura
Os etruscos não usaram a pedra, mas sim materiais mais brandos que possibilitaram uma modelação mais elástica, fluida e arredondada, dando às figuras uma natural espontaneidade e naturalismo.