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Arquitectura paleocristã

Arquitectura paleocristã

ARQUITECTURA E    ARTE PALEOCRISTÃ

 

HISTORIAL

 

-no tempo de Nero. Supõem-se que esse imperador tenha ordenado, no ano de 64, que se incendia Roma para depois culpar os cristãos.

-Em vários períodos posteriores, os cristãos foram tratados como inimigos públicos, pois não queriam participar no culto imperial. Muitos sofreram na arena do circo uma morte sangrenta na luta contra as feras.

-As outras razões que impediram a liberdade desta arte foram.

- Restrições do Antigo Testamento à idolatria

- Religião era maioritariamente representada pelas classes sociais mais desfavorecidas

 

       em finais do séc. III quando as invasões bárbaras fragilizam o Império. Com o objectivo de restaurar a unidade moral, certos imperadores como Décio, Valeriano e Galério ordenam a perseguição sistemática dos cristãos, considerados subversivos.

       De 305 a 313, as perseguições alternam com éditos de tolerância, pois a clientela Cristã torna-se o prémio das lutas pelo poder, que os senhores de um império dividido em quatro partes travavam entre si

 

A Morte do Paganismo

 

Constantino elimina Licinio, inaugurando uma política  favorável aos Cristãos., em 324, promulga a liberdade de culto e são postos entraves aos cultos pagão e judaico, os bens confiscados são restituídos, os sacerdotes usufruem de um regime de excepção.

-O triunfo oficial do Cristianismo marca a paisagem urbana com a construção de igrejas públicas monumentais que recuperam o plano com várias naves das "Basílicas" judiciárias.

-A corte, e a aristocracia, são conquistadas pela Fé Cristã. No Séc. IV, que vê o Imperador abraçar oficialmente a nova religião,

-O encerramento dos Templos Pagãos é inevitável ao Paganismo, inicia-se uma política repressiva, as últimas festas pagãs têm lugar na Grécia, em 394 - 396.

 

Arte

 

A Arte Paleocristã foi o conjunto de manifestações artísticas dos primeiros cristãos, que decorreram aproximadamente entre o ano 200 e o séc. VI da Era Cristã, correspondendo ao período de expansão do Cristianismo;

   -A extraordinária dispersão geográfica desta arte forneceu-lhe uma grande diversidade regional, mas, no entanto, não impediu a subsistência de traços estruturais comuns

Características

-A utilização dos modelos estilísticos da Roma clássica;

-O uso de novas formas técnicas e estéticas oriundas das zonas periféricas do império, sobretudo das províncias do Oriente;

-E a subordinação a um novo espírito e a uma nova temática: a do Cristianismo que impôs uma iconografia retirada das Sagradas Escrituras e um sentido doutrinal e pastoral às artes decorativas.

A arte paleocristã pode-se dividir em dois períodos

- “Catacumbal,” (que recebe este nome devido às catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos devido a perseguição)

-Marcado pela perseguição não só a Jesus, mas também a todos seus seguidores. Nesses locais, a pintura é simbólica.

-Nessas simbologias:

    Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe. O peixe foi utilizado como criptograma para designar Cristo, já que as primeiras letras da tradução grega das palavras " Jesus Cristo, filho do Deus salvador" correspondiam ao termo grego ichtus, que significa peixe.

       IIº Período

       - “Basilical,” (que recebe este nome devido ao modelo de edifício denominado

       "Basílica" = Basileu = Juiz, lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais)

       Marcado pela legalização do cristianismo pelo imperador Constantino em 313 d.C.

       Os romanos cederam algumas basílicas para que eles pudessem usar como local para as suas celebrações.

       O mosaico, foi o material escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse tratamento artístico também foi dado aos mausoléus e os sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos eram decorados com relevos usando imagens de passagens bíblicas.

    Legado artístico

  -Da produção artística dos primeiros 200 anos do cristianismo pouca informação chegou aos nossos dias. Esta aparente ausência de legado deve-se, em grande parte, à dificuldade de atribuição clara de criações desta época à arte paleocristã. Neste período embrionário do cristianismo, a sua arte adopta muitas das tipologias formais da arte romana pagã,

 -as restrições do Antigo Testamento à idolatria deverão ter tido um impacto castrador no que diz respeito à liberdade artística e às suas possibilidades expressivas.

   -Por outro lado, a nova religião é maioritariamente representada pelas classes sociais mais desfavorecidas, sem os apoios financeiros da arte imperial, não é ainda reconhecida oficialmente e é perseguida pela figura do imperador. Os primeiros indícios claros na afirmação de um estilo próprio surgem em inícios do século III com as pinturas murais nas catacumbas romanas, único lugar de culto e refúgio cristãos.

 

Factos importantes

 

     -Com o Édito de Milão de 313, Constantino, convertido ao cristianismo, reconhece a liberdade de culto à nova religião que acaba por se transformar, após finais do século IV, na religião oficial do império. Com esta oficialização dá-se um impulso na produção artística e são edificados os primeiros lugares de culto próprio.

    -É também importante referir a transição, em 324, da capital do império romano para Constantinopla a oriente (anterior Bizâncio), com consequente divisão do Império que levará à cisão do cristianismo em duas grandes vertentes (catolicismo a ocidente e ortodoxia a oriente) e consequentemente à evolução de um estilo artístico diferente no Império Bizantino, a arte bizantina. Mais tarde, no século VIII, esta situação entre a ortodoxia e a representação de imagens pela religião cristã vai culminar na crise iconoclasta

 

Expressões artísticas

Escultura

Comparada á pintura e á arquitectura, a escultura teve um papel secundário na arte paleocristã.

A escultura religiosa para evitar o labéu de idolatria, pôs de lado a representação da figura humana em tamanho natural

Os primeiros trabalhos da escultura cristã foram, sarcófagos de mármore, executadas a partir dos meados do século III para membros proeminentes da igreja.

     O Classicismo


O classicismo parece ter sido um fenómeno recorrente na escultura paleocristã, desde os meados do séc.IV até ao romper do séc.VI

 

Dípticos de marfim

  -De herança clássica, os dípticos de marfim eram peças pessoais de trabalho decorativo requintado, que serviam de invólucro para guardar documentos ou manuscritos. Estas peças possuíam, muitas vezes, a conjugação de elementos clássicos e simbologia cristã, consoante a fé do autor da encomenda.

Arquitectura

      -Catacumbas

     (Palavra de origem grega e significa "cavidade, um vale aberto".)

 

    -O ritual funerário e a protecção das sepulturas eram de fundamental importância para os cristãos primitivos, cuja fé assentava na esperança de uma vida eterna no Paraíso.

    -Assim as catacumbas eram Subterrâneos, em que se escondiam Cristãos primitivos durante as perseguições de que eram objecto, e que serviam principalmente para sepulturas.

    -Alguns autores afirmam ter sido ainda lugares de reunião para as celebrações litúrgicas.

 

  Descrição    

 -As catacumbas são formadas por galerias subterrâneas (verdadeiros labirintos) que podem atingir no conjunto muitos quilómetros.

   -Nas paredes das galerias foram escavadas nichos rectangulares (lóculos), de várias dimensões, que podiam conter um ou mais cadáveres.

   - Além dos lóculos existiam outros tipos de sepultura

 

outros tipos de sepultura

Além dos lóculos existiam :

  -Arcossólio: é um nicho bastante grande, com um arco sobrestante

  -Sarcófago: é um caixão de pedra ou mármore.

  -Forma: é uma sepultura escavada no pavimento das criptas, dos cubículos ou das galerias.

  -Cubículos: eram pequenas salas, com capacidade para vários lóculos.

  -Cripta: pequenas igrejas subterrâneas, embelezadas com pinturas, mosaicos e outras decorações.    

Arcossólio, (do latim arcus, "arco", e solium, "sarcófago") nicho em arco (área recuada da parede) onde se insere um túmulo, numa catacumba cristã.

 

Catacumba santa Domitila
É uma das mais extensas de Roma, esta composta por uma rede de 15 km. De galerias subterrâneas, escavadas em dois níveis

 Cripta  dos  Papas
É o lugar mais sagrado e importante destas catacumbas. Segundo Giovanni Battista de Rossi, define como “O pequeno Vaticano, o monumento central de todas as necrópoles cristãs".
A cripta teve origem no final do séc. II como um cubículo privado.
Cripta  dos  Papas: Descoberto em 1854 pelo grande Arqueólogo Giovanni Battista de Rossi

 

Basílica

A palavra basílica (derivada do Grego, Basiliké Stoà,  Stoa Real), era inicialmente usada para descrever um edifício público romano (como na Grécia, principalmente um tribunal), localizado geralmente no centro da cidade (Fórum). Nas cidades Helenísticas, as basílicas públicas surgiram, no II século a.C. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano rectangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal.

       Após a aceitação do Cristianismo no Império Romano, o termo passou a referir-se a uma igreja grande e importante onde se realizavam ritos cerimoniais especiais pelo Papa.

       A basílica é, então o tipo mais frequente e mais expandido de edifício de culto normal e que se tornou o modelo de base para a elaboração da arquitectura sacra da Europa Ocidental.

       A basílica romana foi adoptada pelo Cristianismo porque aliava um interior espaçoso, exigido pelo culto cristão à grandiosidade que convinha à nova religião. Por outro lado tratando-se de um edifício oficial não seria conotado com o paganismo.

 

 

CARACTERÍSTICAS DA BASÍLICA PALEOCRISTÃ

     

-nave central com clerestório de janelas altas, ladeada de arcadas com ligação a outras duas naves laterais (colaterais) de menor altura.

      -espaço segue um eixo longitudinal e converge a oriente na ábside, onde se situa o altar, e que é emoldurado por um arco triunfal. Este arco pode estar assente na bema, área elevada ao centro de uma nave transversal, correspondente ao cruzeiro, zona onde se cruzam as alas principais com a transversal (o transepto que dividia a igreja em dois espaços - para os fieis e para o clero, e acrescentava o simbolismo da planta em cruz latina).

-O tecto é em travejamento de madeira e na existência de um cruzeiro (menos comum) este é coroado por uma cúpula.

-Um aspecto essencial da arquitectura cristã reside no contraste entre o interior e o exterior:

      -O exterior, de tijolo simples, pouco ornamentado, oferece a entrada do recinto a ocidente através de um atrium, um pátio rodeado de arcadas, que estabelece a sua ligação à igreja através de um nártex

Nártex


O termo arquitectónico nártex (em latim narthex, com origem no grego narthikas, νάρθηκας, género de planta de grandes dimensões, possivelmente similar à cana) refere-se, em sentido lacto, à zona de entrada de um templo. Também outras designações podem surgir associadas a este termo, como pronaos, átrio, vestíbulo, galilé ou paraíso.

O interior, por sua vez, é um resplandecente domínio de luz e cor, onde as superfícies de preciosos mármores e a cintilação dos mosaicos evocam o esplendor do reino de Deus.

 

 

EDIFÍCIOS DE PLANTA CENTRALIZADA E CÚPULA


Um outro tipo de construções veio enriquecer a tradição arquitectónica cristã ainda no tempo de Constantino, os edifícios de planta redonda ou poligonal e cúpula.

  

Os baptistérios

   -Os baptistérios eram edifícios sagrados destinados à celebração do baptismo, tal como os mausoléus (túmulos), adoptaram a planta centrada, com uma das portas orientada a leste e outra a poente, com enormes cúpulas sobre a sala central;